02/06/2023

Bateria autorecarregável destrói tumores sem efeitos colaterais

Redação do Diário da Saúde
Bateria autorecarregável destrói tumores sem efeitos colaterais
Os cientistas já estão trabalhando em várias abordagens para miniaturizar a bateria, incluindo bateria em camadas (versão 1), bateria de gel (versão 2) e bateria de fibra (versão 3).
[Imagem: Jianhang Huang et al. - 10.1126/sciadv.adf39]

Destruindo tumor com eletricidade

Cientistas desenvolveram um novo tipo de bateria que pode ser implantada diretamente em tumores para fornecer um fluxo constante de eletricidade.

A bateria, que é feita à base de água salgada e zinco e pode ser recarregada com o calor do próprio corpo, pode viabilizar maneiras novas, mais eficazes e menos invasivas de tratar o câncer.

Em termos puramente técnicos, o dispositivo não é exatamente uma bateria, mas uma minúscula célula a combustível, que usa um processo chamado eletrólise para dividir a água em hidrogênio e oxigênio. O gás hidrogênio é então usado para gerar eletricidade, que pode ser usado para matar as células cancerígenas. O oxigênio é liberado inofensivamente no corpo.

A energia liberada do eletrodo positivo da bateria quebra a molécula de oxigênio (O2) em seus dois átomos, o que resulta na produção íons hidroxila e dos famosos radicais livres, ou espécies reativas de oxigênio. Isso cria um ambiente de hipóxia sustentada, capaz de fazer uso total dos radicais livres, que então matam as células tumorais.

A célula foi testada em experimentos com animais, demonstrando ser eficaz nessa tarefa de matar as células cancerígenas.

Eletricidade contra o câncer

A equipe destaca várias vantagens que sua célula a combustível teria sobre os tratamentos tradicionais de câncer.

Primeiro, ela é mais direcionada, o que significa que pode fornecer eletricidade diretamente às células tumorais, poupando as células saudáveis. Isso pode reduzir os efeitos colaterais do tratamento.

Em segundo lugar, a bateria é autocarregável, o que significa que não serão necessárias cirurgias para sua remoção ou substituição. Isso pode tornar o tratamento mais conveniente e menos dispendioso.

Em terceiro lugar, a bateria é pequena e leve, o que facilita o implante, o que pode reduzir o risco de complicações durante a cirurgia.

Os cientistas agora planejam iniciar testes clínicos em humanos. Se os testes forem bem-sucedidos, a bateria pode se tornar um novo padrão de cuidado para o tratamento do câncer, afirmam eles.

Checagem com artigo científico:

Artigo: A self-charging salt water battery for antitumor therapy
Autores: Jianhang Huang, Peng Yu, Mochou Liao, Xiaoli Dong, Jie Xu, Jiang Ming, Duan Bin, Yonggang Wang, Fan Zhang, Yongyao Xia
Publicação: Science Advances
Vol.: 9, Issue 13
DOI: 10.1126/sciadv.adf39
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