Cheiro é cultural?
O cheiro que gostamos ou não gostamos é determinado pela estrutura da molécula de odor específica que nosso sistema olfativo está detectando, ou pelo nosso condicionamento social?
Esta foi a pergunta a que se propuseram responder pesquisadores do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade de Oxford (Reino Unido).
"Queríamos examinar se as pessoas ao redor do mundo têm a mesma percepção de cheiro e gostam dos mesmos tipos de odor, ou se isso é algo que é aprendido culturalmente," disse Artin Arshamian, idealizador da pesquisa.
Vários dos pesquisadores envolvidos trabalham em campo há anos com populações indígenas, o que facilitou a ampliação do leque cultural analisado.
Eles selecionaram nove comunidades que representam diferentes estilos de vida: Quatro grupos de caçadores-coletores e cinco grupos com diferentes formas de agricultura e pesca. Alguns desses grupos têm muito pouco contato com alimentos ou artigos domésticos ocidentais.
"Como esses grupos vivem em ambientes odoríferos tão díspares, como floresta tropical, costa, montanha e cidade, capturamos muitos tipos diferentes de 'experiências de odor'," disse Arshamian.
Baunilha e chulé
Os resultados mostram variação entre os indivíduos dentro de cada grupo, mas surgiu uma ligeira vantagem para a estrutura da molécula do odor como determinante se um cheiro é considerado agradável ou não - certos cheiros são mais apreciados do que outros, independentemente da afiliação cultural dos participantes.
Os dados mostram que a preferência do cheiro pela caracterização da estrutura molecular da substância explica 41% das preferências, enquanto a preferência pessoal explica 54% - a preferência pessoal pode ser explicada pela herança cultural ou pela herança genética.
Os odores que os participantes foram solicitados a classificar incluíam baunilha, à qual foi dada a melhor nota - foi o cheiro mais agradável -, seguido de butirato de etila, que cheira a pêssego.
O cheiro que a maioria dos participantes considerou menos agradável foi o ácido isovalérico, que pode ser encontrado em muitos alimentos, como queijo, leite de soja e suco de maçã, além do chulé.
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