16/02/2024

Descoberto analgésico não opioide para tratar dor crônica

Redação do Diário da Saúde
Descoberto analgésico não opioide para tratar dor crônica
Há poucos meios eficazes de lidar com a dor neuropática, o que tem levado a tecnologias inovadoras, como resfriar os nervos para dar um alívio na dor.
[Imagem: Northwestern University]

Alternativa aos opioides

Pesquisadores descobriram um novo tratamento analgésico para a dor neuropática, um dos tipos de dor mais difíceis de tratar e que hoje depende dos problemáticos analgésicos opioides, que geram dependência química como as drogas ilegais, além de serem apenas moderadamente eficazes.

A dor neuropática geralmente é causada por danos aos nervos de vários tecidos do corpo, incluindo pele, músculos e articulações. Ela pode fazer com que os pacientes sofram sensações como choques elétricos, formigamento, queimação ou sensações de facada. Diabetes, esclerose múltipla, medicamentos quimioterápicos, lesões e amputações têm sido associados à dor neuropática, que é muitas vezes crônica, implacável e afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Muhammad Yousuf e colegas das universidades de Austin e Dallas (EUA) descobriram agora uma substância que reduz a hipersensibilidade dos nervos ao se ligar a uma proteína envolvida com a geração da dor neuropática.

"Nós descobrimos que é um analgésico eficaz e os efeitos foram bastante duradouros," disse o professor Stephen Martin. "Quando o testamos em diferentes modelos - neuropatia diabética e neuropatia induzida por quimioterapia, por exemplo - descobrimos que este composto tem um efeito benéfico incrível."

A nova substância, denominada FEM-1689, não envolve os receptores opioides no corpo, tornando-a uma possível alternativa aos analgésicos existentes ligados à dependência química. Além de reduzir a sensibilidade, a substância pode ajudar a regular a resposta integrada ao estresse (RIS), uma rede de sinalização celular que ajuda o corpo a responder a lesões e doenças. Quando bem regulada, a RIS restaura o equilíbrio e promove a cura. Quando dá errado, a RIS pode contribuir para doenças como câncer, diabetes e distúrbios metabólicos.

"Nosso objetivo é transformar este composto em um medicamento que possa ser usado para tratar a dor crônica sem os perigos dos opioides," disse Martin. "A dor neuropática é frequentemente uma condição debilitante que pode afetar as pessoas durante toda a vida, e precisamos de um tratamento que seja bem tolerado e eficaz."

Checagem com artigo científico:

Artigo: Highly specific σ2R/TMEM97 ligand FEM-1689 alleviates neuropathic pain and inhibits the integrated stress response
Autores: Muhammad Saad Yousuf, James J. Sahn, Hongfen Yang, Eric T. David, Stephanie Shiers, Marisol Mancilla Moreno, Jonathan Iketem, Danielle M. Royer, Chelsea D. Garcia, Jennifer Zhang, Veronica M. Hong, Subhaan M. Mian, Ayesha Ahmad, Benedict J. Kolber, Daniel J. Liebl, Stephen F. Martin, Theodore J. Price
Publicação: Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: 120 (52) e2306090120
DOI: 10.1073/pnas.2306090120
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