Espuma culinária com monóxido de carbono
O monóxido de carbono (CO) é mais conhecido como um gás potencialmente mortal. No entanto, em pequenas doses ele também tem qualidades benéficas, podendo, por exemplo, reduzir a inflamação e ajudar a estimular a regeneração dos tecidos.
Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu agora uma maneira de fornecer monóxido de carbono ao corpo nas quantidades mínimas em que ele é útil, contornando o risco dos seus efeitos perigosos.
Inspirados em técnicas usadas na gastronomia e na culinária, James Byrne e seus colegas conseguiram incorporar monóxido de carbono em espumas estáveis, que podem ser engolidas, liberando o gás no trato digestivo.
As espumas culinárias, como o glacê e o chantili, são geralmente criadas pela adição de um agente espessante ou gelificante a um líquido ou sólido que foi purificado e, em seguida, batendo-o para incorporar ar ou usando um sifão especializado, que injeta gases, como dióxido de carbono ou ar comprimido, para gerar a espuma.
Para criar as espumas terapêuticas, os pesquisadores usaram aditivos alimentares como alginato, metilcelulose e maltodextrina. A goma xantana também foi adicionada para estabilizar as espumas. Ao variar a quantidade de goma xantana, os pesquisadores puderam controlar quanto tempo leva para que o gás seja liberado uma vez que as espumas sejam engolidas.
Para isso, a equipe criou uma versão modificada de um sifão que pode ser anexado a qualquer tipo de botijão de gás, permitindo incorporar especificamente o monóxido de carbono na espuma.
Monóxido de carbono terapêutico
A nova técnica também pode ser usada para liberar outros gases terapêuticos, dizem os pesquisadores.
"A capacidade de liberar um gás [dentro do corpo] abre novas oportunidades de como pensamos em terapêutica. Geralmente não pensamos em um gás como um terapêutico que você tomaria por via oral (ou que poderia ser administrado por via retal), então isso oferece uma empolgante nova maneira de pensar sobre como podemos ajudar os pacientes," disse o Dr. Giovanni Traverso, gastroenterologista do Hospital Brigham & Women (EUA).
Em um primeiro teste usando animais de laboratório, a espuma com monóxido de carbono reduziu a inflamação do cólon e ajudou a reverter a insuficiência hepática aguda causada por uma overdose induzida de paracetamol.
Nesses experimentos, não foi notado nenhum efeito adverso após a administração do monóxido de carbono. Estudos anteriores em humanos mostraram que pequenas quantidades de monóxido de carbono podem ser inaladas com segurança - um indivíduo saudável tem uma concentração de monóxido de carbono de cerca de 1% na corrente sanguínea, e estudos com voluntários humanos mostraram que níveis tão altos quanto 14% podem ser tolerados sem efeitos adversos.
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