23/07/2019

Experiências de quase morte são mais comuns do que se imagina

Redação do Diário da Saúde
Experiências de quase morte são mais comuns do que se imagina
As experiências de quase morte variam bastante entre as pessoas em termos de sensações e experiências.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Sensações na experiência de quase morte

As experiências de quase morte, que só há pouco tempo mereceram a atenção dos cientistas, englobam uma variedade de sintomas espirituais e físicos, incluindo sensações fora do corpo, ver ou ouvir coisas que outras pessoas não detectam, pensamentos acelerados e impressão distorcida do tempo.

A surpresa é que, em vez de algo raro, essa experiência parece afetar cerca de 10% das pessoas, de acordo com um estudo que analisou participantes de 35 países, feito por pesquisadores da Dinamarca e da Noruega e discutido durante o Congresso Europeu de Neurologia, realizado em Oslo.

Os dados revelam que essas experiências de quase morte (EQMs) são tão comuns em pessoas que não estão em perigo iminente de morte quanto naquelas que passaram por situações que ameaçam a vida, como ataques cardíacos, acidentes de carro, situações de quase afogamento ou situações de combate.

As experiências mais relatadas pelos participantes do estudo incluíram: percepção anormal do tempo (87%), velocidade excepcional do pensamento (65%), sentidos excepcionalmente vívidos (63%) e sensação de estar separado ou fora do corpo (53%).

Entre as descrições da experiência estão uma sensação de paz total, ter sua alma sugada, ouvir anjos cantando, estar ciente de estar fora do corpo, ver sua vida passando rapidamente diante de si e estar em um túnel escuro antes de alcançar uma luz brilhante. Também foram citados estar ciente da presença de outra pessoa antes de ir dormir, ou de um espírito sentado em seu peito enquanto se ficava paralisado e incapaz de se mover.

Escala Greyson

A equipe recrutou 1.034 voluntários de 35 países, dos quais 289 pessoas relataram uma EQM. Dessas, 106 atingiram um limiar de 7 na Escala Greyson, aceita pela comunidade científica como confirmação de uma experiência de quase morte verdadeira. Cerca de 55% consideraram a EQM como verdadeiramente ameaçadora e 45% como não sendo verdadeiramente um risco à sua vida.

Longe de ser uma experiência agradável, associada a sentimentos de tranquilidade e bem-estar, como alguns estudos anteriores relataram, o novo estudo encontrou uma taxa muito maior de pessoas relatando sua EQM como desagradável.

No geral, de todas as pessoas que reivindicaram uma EQM, 73% disseram que foi desagradável e apenas 27% disseram que foi agradável. No entanto, naqueles com pontuação igual ou superior a 7 na Escala Greyson (uma EQM confirmada), isso mudou para 53% relatando uma experiência agradável e 14% desagradável.

Intrusão do sono REM

Os pesquisadores descobriram uma associação entre a EQM e a invasão do sono de movimento rápido dos olhos (REM) na vigília. O sono REM é uma fase do ciclo do sono onde os olhos se movem rapidamente, o cérebro é tão ativo quanto quando alguém está acordado, o sonho é mais vívido e a maioria das pessoas experimenta um estado de paralisia temporária, enquanto o cérebro envia um sinal para a coluna vertebral que interrompe o movimento dos braços e pernas.

A intrusão do sono REM na vigília foi mais frequente em pessoas com pontuação igual ou superior a 7 na Escala Greyson (47%) do que em pessoas com pontuação igual ou inferior a 6 (26%) ou abaixo do limiar sem tais experiências (14%).

"Nossa descoberta central é que confirmamos a associação das experiências de quase morte com a intrusão do sono REM. Embora associação não seja causalidade, identificar os mecanismos fisiológicos por trás da intrusão do sono REM na vigília pode promover nossa compreensão das experiências de quase morte," disse o professor Daniel Kondziella, coordenador do estudo.

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