Amor sem hormônio
O neuro-hormônio oxitocina, ou ocitocina, é bem conhecido por promover laços sociais e gerar sentimentos prazerosos.
Contudo, hoje já se sabe que, embora seja conhecido como hormônio do amor, a ocitocina tem muitas outras funções, incluindo alguns papéis sem qualquer ligação com o amor.
Para ajudar a esclarecer as polêmicas que se criaram no meio científico sobre esse hormônio, Kristen Berendzen e seus colegas da Universidade da Califórnia de São Francisco pegaram pequenas cobaias, chamadas arganazes-da-pradaria, que formam casais monogâmicos, e então manipularam geneticamente algumas delas para que não apresentassem os receptores para o "hormônio do amor".
A hipótese era que, se a ocitocina fosse realmente o hormônio do amor e dos relacionamentos sociais, os animais não sensíveis a ele deveriam perder o interesse no companheiro e na família.
O que se viu, contudo, é que os animais sem ocitocina continuaram se relacionando normalmente com seus companheiros e filhotes, contradizendo as suposições de longa data sobre o quão essencial é o hormônio para esses comportamentos.
Hormônio multifunção
A oxitocina é liberada em nossos cérebros durante momentos de intimidade romântica, paternidade e outras formas de vínculo social, bem como durante o trabalho de parto e a lactação.
De fato, os pesquisadores descobriram que os filhotes nascidos de mães sem os receptores de oxitocina pesavam significativamente menos quando atingiram a idade de desmame, sugerindo que a mãe tinha problemas com a produção de leite ou com a amamentação - eles também eram menos propensos a sobreviver até a idade de desmame.
Assim, embora a união do casal e outros comportamentos sociais importantes não tenham sido afetados, os receptores de oxitocina ainda parecem desempenhar um papel substancial no desenvolvimento dos filhotes, mas em termos biológicos, e não de comportamento e cuidado.
Esta conclusão vem se juntar a outros estudos que mostraram a maior amplitude desse hormônio, que mostraram que a ocitocina tem propriedades curativas para o coração, previne o surgimento da osteoporose e até poderá ser usado contra Alzheimer.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Relacionamentos | Sentimentos | Neurociências | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.