Implante contra dor crônica
As dores crônicas afetam milhões de pessoas em todo o mundo, e continuam crônicas porque não temos tratamentos eficazes contra elas.
É por isso que tanta esperança está sendo depositada em um minúsculo dispositivo eletrônicos flexível que acaba de ser apresentado por Yushun Zeng e colegas da Universidade do Sul da Califórnia (EUA).
Já existem algumas técnicas de estimulação elétrica contra as dores crônicas, por exemplo estimulando a medula espinhal para bloquear os sinais de dor, impedindo-os de chegar ao cérebro. Mas esses dispositivos apresentam desvantagens como alto custo, cirurgia invasiva e a necessidade de trocas frequentes de bateria.
Esta nova alternativa elimina vários desses inconvenientes: Um estimulador implantável sem fio, flexível e induzido por ultrassom. Ele foi projetado para ser fixado à coluna, permitindo um tratamento personalizado e autoadaptativo da dor crônica.
Enquanto os estimuladores de medula espinhal atuais são difíceis de manusear e precisam ficar conectados a baterias, o novo implante foi projetado para se dobrar e torcer com o movimento natural do corpo. Além disso, ele é alimentado por um transmissor de ultrassom portátil, sem a necessidade de bateria. Ele também utiliza algoritmos de aprendizado de máquina para personalizar o tratamento para cada paciente.
Inteligência artificial para medir dor
Um modelo de aprendizado de máquina, baseado em uma rede neural, analisa os sinais cerebrais coletados pelo implante e classifica a dor em três níveis distintos: Dor leve, dor moderada e dor extrema, com uma precisão geral de 94,8% na distinção entre esses estados de dor. O implante então dosa os pulsos de estimulação elétrica de acordo com esses níveis.
"O que realmente diferencia este dispositivo é sua capacidade sem fio, inteligente e autoadaptativa para o controle da dor," destaca o professor Qifa Zhou. "Acreditamos que ele oferece grande potencial para substituir esquemas farmacológicos e abordagens convencionais de estimulação elétrica, alinhando-se às necessidades clínicas de mitigação da dor."
Embora já esteja em estágio avançado de desenvolvimento, a equipe ainda pretende acertar alguns detalhes, como miniaturizar o dispositivo e torná-lo menos invasivo, substituindo a cirurgia de implantação por uma inserção por seringa.
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