28/12/2018

Nosso cérebro prefere ser progressista do que conservador

Redação do Diário da Saúde
Nosso cérebro prefere ser progressista do que conservador
Outros estudos sugerem que não é preciso ir ao cérebro, já que conservadores e progressistas revelam-se pela linguagem. De qualquer forma, as conexões entre mente e corpo estão longe de serem totalmente esclarecidas pela ciência.
[Imagem: Cortesia Charité - Universitätsmedizin Berlin]

Manter como está ou melhorar um pouquinho?

Parece que é mais fácil ser progressista do que ser conservador - ao menos segundo as neurociências.

Graças a uma peculiaridade na forma como nosso cérebro avalia as metas, as pessoas sentem que é mais fácil alcançar uma pequena meta incremental do que manter o status quo, quando ambos os objetivos são avaliados isoladamente.

Isto é interessante porque contrasta com a crença popular de que não mudar nada é mais fácil do que tentar fazer qualquer mudança, por menor que seja. Foi o que demonstraram pesquisadores do instituto INSEAD (França).

"Ao avaliar a dificuldade de um objetivo, o nosso cérebro primeiro considera a diferença entre o ponto de partida e o estado desejado. Normalmente, quanto maior a lacuna, mais difícil é o objetivo. No entanto, se não houver lacunas, como no caso de uma meta do status quo, o cérebro começa a avaliar o contexto, antecipando possíveis razões para o fracasso," disse a professora Amitava Chattopadhyay.

Por exemplo, se o seu objetivo é manter o mesmo peso no ano novo - uma meta conservadora -, você pode começar a considerar as chances de voltar a comer normalmente devido a uma alta carga de trabalho, o número de viagens de negócios, o fato de abrir uma nova loja de doces em seu bairro etc.

"Nossa avaliação do contexto é peculiar no sentido de que é fortemente impactada por um viés de negatividade," disse o pesquisador Antonios Stamatogiannakis, coautor do estudo, que defende que nosso cérebro "evoluiu ao longo dos milênios para ser mais sensível às más notícias do que às boas notícias". Segundo essa hipótese, a maioria de nós instintivamente atribui mais peso a potenciais razões para o fracasso do que a razões para o sucesso.

Quando uma meta conservadora é diretamente comparada a uma que envolve uma modificação, ainda que uma melhoria modesta, a objetividade prevalece: A ausência de uma lacuna faz com que a meta do status quo pareça mais fácil. No entanto, em um cenário de comparação direta, os participantes do estudo ainda preferiam perseguir uma pequena meta incremental do que uma "meta de manutenção", pois esperavam que essa conquista fosse mais satisfatória.

Em outras palavras, ainda que exija algum esforço, metas progressistas parecem valer mais a pena do que metas conservadoras.

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