10/09/2014

Participantes de estudos clínicos de doenças cardíacas não representam população

Redação do Diário da Saúde

Uma nova análise da participação de voluntários em estudos clínicos de medicamentos e tratamentos para pacientes de ataques cardíacos revelou que os participantes não são representativos da base populacional.

O Dr. Jay Udell e seus colegas do Women's College Hospital (Canadá) colocam em dúvida a aplicabilidade geral dos resultados desses estudos clínicos para a população em geral, e sugerem a utilização de critérios de recrutamento mais amplos, que incluam pessoas já com as enfermidades.

"Nosso estudo mostra que os participantes muitas vezes refletem uma pequena parte dos pacientes típicos que vemos nos consultórios e hospitais, e estamos perdendo um grande número de pacientes potencialmente elegíveis que estão bem ao nosso alcance," disse o Dr. Udell.

Voluntários saudáveis

O estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, analisou dados de pacientes de ataque cardíaco tratados em 466 hospitais nos EUA de 01 de julho de 2008 a 31 de Março de 2011.

Os participantes dos estudos comumente são pessoas jovens, mais frequentemente do sexo masculino, com menor pouco de internação, pequena incidência de problemas cardíacos e com acesso rápido a exames de rotina.

Menos de 3% os voluntários incluídos nos estudos clínicos tinham diagnósticos de doenças cardíacas.

"Os participantes dos estudos clínicos cardíacos representam uma população de baixo risco, com padrão favorável de cuidados à saúde quando comparados com os pacientes típicos de ataque cardíaco que vemos na prática rotineira," observou o Dr. Udell.

"O que isto nos diz em som alto e claro é que nós temos uma oportunidade de fazer melhor - há um enorme quadro de pacientes que deveriam ser estudados aproveitando melhor os dados dos nossos registros nacionais e regionais de pacientes, continuando a manter nosso alto padrão de privacidade e segurança dos dados," aconselha ele.

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