O poder do contato visual: Não é que você olha, é quando

Também não subestime os "olhos da sua mente".
[Imagem: Pexels/Pixabay]

Sequências nos olhares

Há milênios se diz que os olhos são janelas para a alma, e mais recentemente os cientistas confirmaram isto em diversos experimentos, por exemplo mostrando que olhar nos olhos de outra pessoa reduz a chance de que ela diga uma mentira.

Mas não é apenas o contato visual que importa em todas as situações: Um elemento central no contato olhos nos olhos é precisamente quando e como você o faz, porque isso pode transmitir mensagens bem específicas.

Ao estudar interações entre humanos e parceiros virtuais, pesquisadores descobriram uma poderosa sequência de olhares que torna as pessoas mais propensas a interpretar um olhar como um pedido de ajuda. Ainda mais surpreendente: O mesmo padrão de resposta se manteve independentemente de o parceiro ser humano ou um avatar virtual, o que traz informações importantes sobre como nossos cérebros processam instintivamente sinais sociais.

Os experimentos mostraram que a maneira mais eficaz de sinalizar um pedido de ajuda apenas pelo olhar é por meio de uma sequência específica de olhares: Olhar para um objeto, fazer contato visual e, em seguida, olhar de volta para o mesmo objeto. Essa temporização torna as pessoas mais propensas a interpretar o olhar como um pedido de ajuda.

"E o mais fascinante é que as pessoas responderam da mesma forma, independentemente de o comportamento do olhar ser observado por um humano ou um robô," disse o professor Nathan Caruana, da Universidade Flinders (Austrália). "Nossas descobertas ajudaram a decodificar um dos nossos comportamentos mais instintivos e como ele pode ser usado para construir conexões melhores, seja conversando com um colega de equipe, um robô ou alguém que se comunica de forma diferente. Elas podem ajudar pessoas que dependem muito de sinais visuais, como aquelas com deficiência auditiva ou autistas."

A equipe agora está expandindo a pesquisa para explorar outros fatores que moldam a maneira como interpretamos o olhar, como a duração do contato visual, olhares repetidos e nossas crenças sobre com quem ou com o que estamos interagindo (humano, IA ou personagem controlado por computador).