14/11/2018

Por que as pessoas têm preferência lateral ao beijar e abraçar?

Redação do Diário da Saúde
Por que as pessoas têm preferência lateral ao beijar e abraçar?
Você pode ser destro, mas, em um contexto emocional, vai pender para o lado esquerdo. Mas a explicação pelo lado direito do cérebro processar as emoções tropeça no fato de que ser destro ou canhoto é determinado pela medula, e não pelo cérebro.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Lateralidade

Ao tocar outras pessoas em um contexto social - por exemplo, beijar ou abraçar - as pessoas geralmente têm uma preferência lateral que não obedece à sua mão dominante.

Existem muitas teorias sobre as causas dessa "lateralidade social", ou lateralidade secundária.

Depois de compilar todas essas teorias, pesquisadores de duas universidades alemãs (Ruhr Bochum e Heinrich-Heine) e uma da Nova Zelândia (Vitória de Wellington) decidiram testá-las e verificar se alguma explica a realidade.

A principal conclusão é que os resultados observados nos experimentos e testes não podem ser explicados apenas pelo fato de as pessoas serem destras ou canhotas - a lateralidade desempenha um papel, mas o contexto emocional parece ser tão ou mais importante.

"Em situações emocionais, a preferência lateral se desloca para a esquerda. Não importa se as emoções são positivas ou negativas". No tocante à preferência, é irrelevante se duas pessoas se abraçam porque estão felizes em se ver ou porque uma está consolando a outra, elas sempre optam pelo lado não dominante," explica o pesquisador Julian Packheiser.

Preferência lateral emocional

"Em geral, a população tem uma larga preferência de inclinar a cabeça para a direita quando se beija, de iniciar um abraço com a mão direita e para embalar um bebê no braço esquerdo," detalha Packheiser.

Com relação a beijar e abraçar, a suposição é que as pessoas têm uma mão dominante que elas usam para iniciar o movimento. De acordo com essa teoria, a mão dominante é mantida desocupada ao embalar uma criança para que ela possa ser usada para realizar outras tarefas.

Os pesquisadores explicam esse deslocamento à esquerda nas situações emocionais - em oposição às situações neutras - especulando que as emoções são principalmente processadas no hemisfério direito do cérebro, responsável pelos movimentos do lado esquerdo do corpo.

"Há uma ampla evidência de interação e interconexão de redes motoras e redes emocionais no cérebro," destaca o professor Sebastian Ocklenburg. A teoria do processamento das emoções no hemisfério direito é apoiada por dados comportamentais de estudos sobre o toque social, bem como por resultados obtidos em estudos de imagem e neurofisiológicos.

Por isso, os autores concluem que a assimetria presente no toque social humano pode ser melhor explicada por uma combinação de preferências motoras e dominância emocional do hemisfério direito.

O artigo foi publicado em um artigo de revisão na revista Neuroscience und Biobehavioral Reviews.

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