16/04/2010

Você nasceu como uma cópia, mas vai morrer como um original

Redação do Diário da Saúde

Diferenças da idade

Quanto mais velhos ficamos, mais nos tornamos diferentes.

Esta é a conclusão de um estudo de 20 anos, que acompanhou um grupo de pessoas entre os 70 e os 90 anos de idade.

"As pessoas idosas são geralmente consideradas como um grupo bastante homogêneo - são consideradas doentes, solitárias e incapazes de cuidar de si mesmas. Mas a verdade é que as diferenças entre as pessoas aumentam com a idade," afirma Bo G Eriksson, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Preconceito de idade

Em sua pesquisa, Eriksson estudou participantes do único e extenso estudo chamado H70, que é baseado em um grupo de indivíduos selecionados aleatoriamente, nascidos em 1901 e 1902, que foram acompanhados de perto durante suas vidas inteiras.

O estudo de Eriksson focou o período entre dos 70 aos 90 anos de vida dessas pessoas. E descobriu que as pessoas se tornam cada vez mais diferentes à medida que envelhecem.

"A percepção das pessoas idosas como tendo interesses, valores e estilos de vida semelhantes pode levar à discriminação baseada na idade. No entanto, descobri que, conforme as pessoas envelhecem, esses estereótipos se tornam cada mais falsos," diz Eriksson.

O pesquisador também estudou as diferenças nas causas de morte com o aumento da idade, e novamente encontrou indícios de possíveis discriminações por idade.

Fatores de diferenciação entre os idosos

Ao explorar como as condições sociais podem afetar a longevidade, o pesquisador encontrou quatro mecanismos em operação, que distinguem inteiramente as pessoas idosas.

Os dois primeiros dizem respeito à criação de fatos sociais. Exemplos de fatos sociais incluem promessas e acordos que reforçam a identidade dos indivíduos.

O terceiro mecanismo refere-se a como uma pessoa constrói e mantém a autoestima ao conseguir responder com sucesso aos desafios.

O quarto mecanismo consiste das conversas diárias, que diminuem a ansiedade e oferecem apoio na tomada de decisões diárias, melhoram a atenção e funcionam como um exercício para o cérebro e a memória.

"Tomados em conjunto, estes mecanismos também contribuem para o aumento da atividade cotidiana, que tem alguns efeitos físicos benéficos," diz Eriksson.

Redes neurais artificiais

O cientista aplicou dois métodos diferentes para prever a longevidade das pessoas: um que os pesquisadores usam geralmente quando calculam probabilidades e um que é baseado em redes neurais artificiais (RNA), que são comumente utilizadas em pesquisas sobre inteligência artificial.

Metodologicamente, o trabalho revelou que o método RNA é mais eficaz em situações complexas, nos quais os métodos tradicionais não funcionam.

Reforçando a diferenciação entre os idosos, a pesquisa mostrou que a probabilidade sozinha não é capaz de estimar o tempo de vida do grupo de idosos simplesmente porque o grupo é muito heterogêneo, formado a partir das inúmeras variações dos fatores de diferenciação relatados acima.

As redes neurais, por conseguirem lidar com dados mais complexos, dão melhor resultado. Elas podem ser adequadas até mesmo na avaliação de resultados obtidos com os métodos tradicionais de pesquisa.

Sobre o estudo H70

O estudo H70 é um estudo de base populacional único no mundo. Ele avaliou o envelhecimento usando dimensões médicas e cognitivas.

Cinco grupos diferentes de pessoas na faixa dos 70 anos de idade já foram avaliados até agora, revelando uma série de tendências na área da saúde mental e física.

Além disso, alguns grupos foram seguidos longitudinalmente ao longo de três décadas. O estudo H70 é coordenado por vários grupos de pesquisa da Universidade de Gotemburgo.

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