12/11/2018

Probiótico mais antibiótico detona superbactérias

Redação do Diário da Saúde
Probiótico mais antibiótico detona superbactérias
Outras tentativas para combater ferimentos e queimaduras de forma mais eficiente incluem um curativo com proteína de abacaxi, os chamados curativos "vivos" e até curativos com chips.
[Imagem: Ryan Allen]

Probiótico com antibiótico

Na luta contra as bactérias resistentes aos medicamentos, pesquisadores do MIT estão recrutando a ajuda de aliados curiosos: Outras bactérias.

Mas são bactérias benéficas, conhecidas como probióticos.

A equipe do professor Zhihao Li demonstrou que, ao administrar uma combinação de antibióticos e probióticos, é possível erradicar ao menos duas cepas de bactérias resistentes aos antibióticos, as chamadas superbactérias.

Para obter esse efeito, eles encapsularam as bactérias probióticas em um invólucro protetor de alginato, um material biocompatível que impede que os probióticos sejam mortos pelo antibiótico.

"Existem muitas bactérias resistentes aos antibióticos, o que é um problema sério para a saúde humana. Achamos que uma maneira de tratá-las é encapsulando um probiótico vivo e deixando que ele faça o seu trabalho," disse a pesquisadora Ana Jaklenec, responsável pelos experimentos.

"Quando usamos apenas um componente, seja antibiótico ou probiótico, eles não conseguem erradicar todos os patógenos. Isso é algo que pode ser muito importante em situações clínicas, onde você tem ferimentos com bactérias diferentes, e os antibióticos não são suficientes para matar todas as bactérias," acrescentou o professor Zhihao.

Bactérias contra bactérias

Recentemente se demonstrou que ingerir probióticos reduz a necessidade de antibióticos pelas crianças.

Mas isto pode não ser suficiente nos casos mais agudos.

Por isso os cientistas já vinham testando a ideia de aplicar os probióticos diretamente em ferimentos crônicos, o que mostrou um sucesso relativo em pacientes com queimaduras. No entanto, as cepas probióticas geralmente não conseguem combater todas as bactérias. Veio então a ideia de juntá-las com os antibióticos tradicionais.

A solução surgiu pelo encapsulamento das bactérias probióticas, para que elas não fossem afetadas pelo antibiótico. O alginato foi escolhido em parte porque já é usado em curativos para feridas crônicas, onde ajuda a absorver as secreções. Além disso, os pesquisadores também descobriram que o alginato é um componente que as próprias bactérias usam para se protegerem dos antibióticos, quando se aglomeram para formar os chamados biofilmes.

A equipe planeja agora começar a fazer testes em animais e em seres humanos, com vista a incluir a combinação probiótico/antibiótico em curativos.

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