07/01/2019

Nenhum tratamento para cotovelo de tenista funcionou melhor que placebo

Redação do Diário da Saúde
Nenhum tratamento para cotovelo de tenista funcionou melhor que placebo
E nem é preciso mentir porque um placebo receitado honestamente cura os sintomas de verdade. Além disso um "placebo psicológico" influencia o nível de nicotina no cérebro.
[Imagem: UAB]

Cotovelo de tenista

A condição dolorosa conhecida como "cotovelo de tenista" resulta do uso excessivo dos tendões no antebraço, tipicamente no braço dominante de um paciente.

Tipicamente uma lesão por esforço repetitivo, o cotovelo de tenista - ou epicondilite lateral - afeta não apenas os atletas, mas também comerciantes, trabalhadores da indústria e trabalhadores de escritório - qualquer um que use as articulações por horas todos os dias.

Inúmeros tratamentos são oferecidos aos pacientes, mas poucos estudos científicos de alta qualidade se dedicaram a comparar essas abordagens e ver qual delas tem maior eficácia.

O resultado surpreendeu até mesmo Ara Nazarian e seus colegas da Escola de Medicina de Harvard (EUA), que finalmente se dispuserem a colocar a mão na massa e avaliar essas opções oferecidas como tratamento para a epicondilite lateral.

Nenhum tratamento é melhor que placebo

A meta-análise revelou que nenhuma das 11 opções de tratamento não-cirúrgico apresentou desempenho melhor do que um placebo no controle da dor dos pacientes com cotovelo de tenista. Pior do que isso, todas as 11 opções aumentaram as chances de eventos adversos.

As opções analisadas incluíram fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios orais, injeção de toxina botulínica local, ultra-som, terapia a laser, acupuntura e várias outras.

"Todas as 11 opções de tratamento forneceram apenas um pequeno alívio da dor, aumentando as chances de eventos adversos. Mais de 90% dos pacientes que receberam placebo experimentaram a resolução da dor após quatro semanas," destaca Nazarian.

Condição autolimitante

A equipe descobriu que 99% dos pacientes que receberam apenas placebo relataram pouca ou nenhuma dor 26 semanas após o diagnóstico. Em seguida, usando um método de meta-análise que permitiu uma comparação direta entre os tratamentos, a equipe descobriu que nenhuma das modalidades de tratamento demonstrou qualquer benefício significativo dentro de quatro semanas após o diagnóstico.

O risco de eventos adversos foi aproximadamente o mesmo entre as 11 modalidades de tratamento. No entanto, as chances globais de um evento adverso em todos os grupos de tratamento foram significativamente maiores do que os verificados entre os pacientes tratados com placebo.

"Isso implica que, para a maioria dos pacientes, o cotovelo de tenista é uma condição autolimitante," disse o pesquisador Amin Mohamadi, coautor da meta-análise, publicada no American Journal of Sports Medicine. "Avaliamos quase todos os tratamentos não-cirúrgicos disponíveis para cotovelo de tenista e mostramos que eles fornecem apenas um efeito mínimo em relação ao placebo. Como quase todos os pacientes relataram dor mínima após as primeiras quatro semanas, os médicos que tratam pacientes com cotovelo de tenista podem optar por um regime de alívio da dor para gerenciar os sintomas em uma base paciente-a-paciente."

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