18/07/2019

45% dos norte-americanos duvidam da segurança das vacinas

Redação do Diário da Saúde
45% dos norte-americanos duvidam da segurança das vacinas
A desconfiança na segurança das vacinas é maior na Europa, o que fez alguns cientistas defenderem que os dados sobre efeitos adversos de vacinas fossem mantidos em sigilo.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Medo das vacinas

Uma pesquisa com mais de 2.000 adultos nos EUA, realizada a pedido da Associação Osteopática Norte-Americana, revelou que mais de dois em cada cinco adultos (45%) dizem que algo os fez duvidar da segurança das vacinas.

A disseminação de atitudes negativas em relação às vacinas é um fenômeno profundamente enraizado na psicologia humana, mas que tem sido amplificado pelas mídias sociais, defendem os responsáveis pela pesquisa.

"De um ponto de vista evolucionário, os seres humanos estão preparados para prestar atenção a ameaças ou a informações negativas. Portanto, faz sentido que as pessoas tenham medo de que as vacinas sejam prejudiciais, especialmente quando acreditam que seus filhos estão em perigo," disse a professora Rachel Shmuts, da Universidade Rowan (EUA).

Ela acredita que é possível que, uma vez que as vacinas tenham sido tão eficazes na erradicação de doenças, as pessoas possam ter mais medo de possíveis efeitos colaterais das vacinas do que das doenças reais que as vacinas previnem, já que as vacinas ajudaram a erradicar essas doenças e, na atualidade, elas não pareçam mais ser tão ameaçadoras - um fenômeno que os cientistas chamam de "mudança de conceito induzida por prevalência".

"Para alguns, pode ser que as vacinas sejam vistas como a ameaça que mais se ressalta," disse a Dra Shmuts.

Dúvidas sobre a segurança das vacinas

Embora 55% dos entrevistados não duvidem da segurança das vacinas, 45% apontaram pelo menos uma fonte que causou dúvidas sobre a segurança da vacinação.

As três principais fontes causadoras de dúvidas foram artigos online (16%), segredos/irregularidades da indústria farmacêutica no passado (16%) e informações de especialistas médicos (12%).

A pesquisa também pediu que os voluntários escolhessem uma declaração que melhor representasse seus sentimentos em relação à segurança e a eficácia das vacinas. Enquanto a grande maioria (82%) escolheu a favor das vacinas, 8% selecionaram respostas expressando sérias dúvidas. Outros 9% disseram que não tinham certeza.

A Dra Shmuts afirma que o viés de confirmação - a tendência a confiar em novas informações que reforçam crenças existentes e desacreditar informações que desafiam essas crenças - torna difícil convencer alguém de que as vacinas são seguras, eficazes e necessárias, uma vez que elas acreditem o contrário.

"O número de pessoas que acreditam que as vacinas são perigosas e se recusam a tomá-las ainda é relativamente pequeno. No entanto, grupos de apoio online parecem solidificar suas crenças, tornando-as menos suscetíveis à influência de seus vizinhos e comunidades do mundo real," ressalta a Dra Shmuts.

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