06/04/2017

Retiro espiritual melhora bem-estar e química do cérebro

Redação do Diário da Saúde
Retiro espiritual melhora bem-estar e química do cérebro
Ocorreram mudanças significativas nos sistemas de dopamina e serotonina nos cérebros dos participantes dos retiros espirituais.
[Imagem: Fetzer Institute]

Benefícios dos retiros espirituais

Um número crescente de pessoas está se voltando para retiros espirituais e práticas meditativas e religiosas como meio de redefinir sua vida diária e melhorar seu bem-estar, sobretudo depois de uma série de estudos comprovando os benefícios mentais e fisiológicos da meditação.

Como a aceitação desses efeitos positivos para o bem-estar por parte da ciência acadêmica passa necessariamente pela aferição de alterações no corpo, pesquisadores do Instituto Marcus de Saúde Integrativa, ligado à Universidade Thomas Jefferson (EUA), decidiram verificar se haveria mudanças mensuráveis nos sistemas de dopamina e serotonina nos cérebros dos participantes de retiros espirituais.

A dopamina é tradicionalmente conhecida como "hormônio da felicidade", enquanto a serotonina está envolvida com a motivação e com adaptações a mudanças importantes na vida. Os dois hormônios têm sido associados com emoções positivas e sentimentos espirituais.

"Nosso estudo mostrou mudanças significativas nos neurotransmissores dopamina e serotonina após um retiro de sete dias, o que poderia [fundamentar] as experiências espirituais que os participantes relataram. Dado que a serotonina e a dopamina são parte dos sistemas emocional e de recompensa do cérebro, isto nos ajuda a entender por que essas práticas resultam em experiências emocionais poderosas e positivas," disse Andrew Newberg, idealizador do estudo.

Meditação cristã

O experimento incluiu 14 voluntários em um retiro de meditação cristã, com idades entre 24 e 76 anos. Eles participaram de um retiro inaciano, baseado nos exercícios espirituais desenvolvidos por Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas. Após uma missa matinal, os participantes passavam a maior parte do dia em contemplação silenciosa, oração e reflexão e participavam de uma reunião diária com um diretor espiritual para orientação e dicas.

Os exames feitos após o retiro revelaram diminuições no transportador dopamina (5 a 8 por cento) e no transportador serotonina (6,5 por cento), o que deixa mais neurotransmissores disponíveis para o cérebro, o que está associado com um aumento da sensação de bem-estar.

Os voluntários também completaram uma série de questionários, que mostraram melhorias acentuadas em sua percepção de saúde física, tensão e fadiga. Também foram relatados sentimentos mais fortes de autotranscendência, que se correlacionaram com as mudanças medidas no nível de dopamina.

"De certa forma, nosso estudo levanta mais perguntas do que respostas," comentou o Dr. Newberg. "Nossa equipe está curiosa sobre quais aspectos do retiro causaram as mudanças nos sistemas de neurotransmissores e se diferentes retiros produziriam resultados diferentes. Temos esperança de que estudos futuros possam responder a essas perguntas."

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